segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Morre lentamente quem não viaja,




Quem não lê,



Quem não ouve música,



Quem destrói o seu amor-próprio,



Quem não se deixa ajudar.







Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,



Repetindo todos os dias o mesmo trajeto,



Quem não muda as marcas no supermercado,



não arrisca vestir uma cor nova,



não conversa com quem não conhece.







Morre lentamente quem evita uma paixão,



Quem prefere O "preto no branco"



E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,



Justamente as que resgatam brilho nos olhos,



Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.







Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,



Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,



Quem não se permite,



Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.







Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da



chuva incessante,



Desistindo de um projeto antes de iniciá-lo,



não perguntando sobre um assunto que desconhece



E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.







Evitemos a morte em doses suaves,



Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o



Simples ato de respirar.



Estejamos vivos, então!»



Pablo Neruda



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